Puro Saudosismo com Cheiro de Limão-Cravo

Limão-cravo, puro saudosismo que despertam memórias de infância entre risos e a infinita sabedoria do campo.

Durante minha infância, as férias tinham destino certo. A fazenda do meu avô. Em seu pomar, cuidado com muito esmero, me mostrava tudo que ali estava plantado por ele mesmo.

Cada planta, cada fruto, era apresentado com histórias que só ele sabia contar.

E eu, ainda muito menina, prestava atenção em tudo. Mas era o pé de limão-cravo que sempre capturava meu olhar. O contraste entre o verde escuro das folhas e o tom alaranjado daquele limão me fascinava.

“Vovô, parece uma laranja”, eu dizia, com a inocência de quem ainda descobria o mundo.

Ele, com seu jeito firme e muita simpatia, respondia: “Ah, vocês da cidade só conhecem o tal do limão galego. Esse aqui é outra coisa, muito mais aroma e sabor. Faz uma refrescante limonada de verdade, e no quiabo especial da roça, não tem nada igual.”

Sua fragrância cítrica espalhava-se no ar, e até hoje, basta passar perto de um limão-cravo para me transportar de volta àquele lugar. O tempo, naqueles dias, parecia fluir de maneira diferente.

Entre prosas, risos e a infinita sabedoria do campo em sua mais pura simplicidade.

Aquele murmurar carinhoso do meu avô, a tranquilidade da fazenda e as memórias que ali ficaram… São elas que, com o passar dos anos, despertam um doce sentimento de saudade. Cada aprendizado enraizado no âmago de nosso ser. Como se toda lembrança ainda guardasse um pedaço daquele pomar e da vida que florescia ao seu redor.

Um alegre saudosismo, gravado em minha alma para todo o sempre.

Sei que ainda olhas por mim!