Se eu fosse uma garça, deslizaria com o vento

Reflexões sobre a leveza, equilíbrio e harmonia da natureza, inspiradas no Tai Chi e no elegante voo da garça que desliza com o vento.

Se eu fosse um animal, talvez seria uma garça. Vivendo no compasso das estações, onde sua graciosidade é uma extensão natural do ambiente ao nosso redor.

Quando praticamos Tai Chi, é assim que nos sentimos ao tentar imitá-la. A garça faz parte da cultura das artes marciais chinesas. Sua figura representa equilíbrio, leveza e fluidez.

É o agir de acordo com o fluxo natural da vida, sem resistência.

Por diversas vezes, mais para o fim da tarde, fui afortunada o suficiente por ter a chance de observar uma garça pousada em um pé só sobre um rochedo, exatamente na mesma posição que simulamos no Tai Chi.

Quanta perfeição. Quando ela abre as asas... então, me sinto a própria garça.

Fico ali, apreciando as nuances de cores do pôr do sol, até que ela alça voo elegantemente. Essa imagem evoca liberdade e contemplação. Uma dança no céu em perfeita sincronia com o vento. Ela não luta contra ele, apenas desliza a seu favor.

Esse encanto quase desafia a realidade.

Há uma paz imensurável em tal esplendor.

E, por um instante, o mundo à nossa volta também parece se tornar mais brando diante de tamanha delicadeza.